➤ Escrito por Isabel Jennings
No mundo de hoje, a repetição na escrita é vista como negativa. Os estudantes são ensinados a usar um dicionário de sinônimos para evitar repetir palavras. No entanto, os autores dos tempos bíblicos não estavam sob essas restrições literárias.
Eles usavam frequentemente a repetição como um recurso para enfatizar algo importante. Seria como quando sublinhamos ou colocamos em negrito certas palavras no nosso texto moderno para destacar uma ideia.
Os evangelhos estão repletos de histórias repetidas sobre Jesus encontrando pessoas cansadas e sobrecarregadas. Pessoas que estavam sofrendo com doenças, opressão, deformidades e pecado.
A mulher com o fluxo de sangue, que sangrava há 12 anos, gastou todo o seu dinheiro com médicos que só pioraram sua condição. Ela estava doente e sozinha.
A mulher no poço era rejeitada pela sociedade. Ela buscava água na hora mais quente do dia, quando as outras mulheres evitavam o sol. Ela queria evitar os olhares e as palavras de julgamento, pois todos conheciam os seus pecados. Ela teve cinco maridos, e o homem com quem vivia agora não era seu marido.
Para a época, isso era escandaloso. Não sabemos por que ela foi passada de um homem para outro, nem o quanto estava ferida e quebrada. Mas sabemos que era uma mulher pecadora e sozinha.
O homem no tanque de Betesda estava paralítico há muito tempo. Ele foi levado para o tanque porque se dizia que um anjo de Deus agitava as águas e que o primeiro a entrar nelas seria curado. Mas quando Jesus o encontrou, ele já tinha perdido a esperança de tentar. Ele tentou tantas vezes, mas sempre alguém entrava na água antes dele.
A mulher pega em adultério estava prestes a ser apedrejada. Homens a arrastaram e a jogaram aos pés de Jesus. Talvez ela já tivesse ouvido falar d’Ele, talvez soubesse que Ele era um mestre. Talvez tivesse escutado murmúrios de que Ele poderia ser o Messias. Mas agora, ali estava ela, jogada aos pés de Jesus para ser condenada à morte. Quanta vergonha ela sentiu? Quantos olhares de nojo ela recebeu por estar em pecado?
Os dez leprosos eram rejeitados por causa de sua doença. Além de estarem doentes, não podiam ter contato com ninguém que amavam.
A viúva de Naim estava a caminho do enterro de seu único filho. As viúvas dependiam da família para sobreviver. Agora, sem o filho, suas possibilidades eram limitadas.
Zaqueu era cobrador de impostos. Uma vida solitária. Ele trabalhava para os romanos, os opressores de Israel, e roubava de seu próprio povo. Ele ficou rico explorando os pobres e, por isso, era odiado e vivia sozinho. Quando Jesus chegou à sua cidade, ele se escondeu em uma árvore para vê-Lo, tentando evitar ser visto.
Os Evangelhos chamam a atenção repetidamente para essas pessoas. Em todas essas histórias, há um tema comum: Jesus encontrou pessoas no seu momento mais difícil, quando estavam sem esperança, e Ele foi cheio de compaixão por cada uma delas.
Essas foram as pessoas que Jesus procurou e escolheu para ministrar. Os doentes precisam de um médico, e os perdidos precisam de um Salvador. Jesus veio para aqueles que estavam sobrecarregados pela vida, carregando o peso da pobreza, da doença, da opressão e do pecado.
Ele veio para aqueles que estavam segurando um “peso pesado”, algo de que não conseguiam se livrar ou superar sozinhos.
Venham a mim todos os que estão cansados e oprimidos e eu vos aliviarei. Levem o meu jugo e aprendam de mim, porque sou brando e humilde, e acharão descanso para as vossas almas; pois só vos imponho cargas suaves e leves.” Mateus 11:28-30 (OL)
Um jugo não é somente uma ferramenta agrícola antiga ou um objeto histórico. Ele simboliza escravidão, peso, algo que prende, que oprime.
Nos tempos de Jesus, as pessoas sabiam bem o que era um jugo. Elas viam isso todos os dias no pescoço dos animais, usados para controlá-los. Roma estava conquistando nações, transformando povos livres em escravos. Eles viram o jugo nas costas dos prisioneiros, oprimindo-os. Os israelitas sabiam o que era carregar um jugo—eles passaram gerações como escravos no Egito, sendo maltratados e clamando por liberdade.
Mas quando Jesus fala sobre um jugo, Ele não está se referindo a uma peça de madeira sobre um animal ou um escravo. Ele está falando sobre o pecado. Aquele peso que carregamos, aquela carga de que não conseguimos nos livrar. Aquilo que nos puxa para trás quando tentamos avançar ou ser livres. Aquilo que não conseguimos quebrar sozinhos.
Nem a religião pode libertar você. Nem a perfeição pode libertar você. Nem tentar mais pode libertar você. Nem mesmo os religiosos da época de Jesus—que se orgulhavam de seguir cada lei—conseguiram se libertar sozinhos.
Por isso, Jesus veio. Por isso, a cruz aconteceu. Porque o jugo do pecado era pesado demais para nós carregarmos. Mas quando Jesus estendeu os braços na cruz, Ele levantou esse peso de sobre os nossos ombros.
Jesus está oferecendo um tipo diferente de jugo.
Significa crer que Ele é o Cordeiro de Deus, Aquele que levou sobre si o peso do pecado para que pudéssemos andar livres. Significa trocar o seu peso pelo d’Ele—porque o jugo d’Ele é suave, e a carga d’Ele é leve.
Isso é o que Jesus veio fazer. Foi por isso que Ele entrou no caos da humanidade—na doença, na vergonha, na luta—porque Ele sabia que não podíamos nos libertar sozinhos.
E a boa notícia? Ele não veio para colocar mais peso sobre os nossos ombros. Ele veio para quebrar o jugo. Ele veio para carregar o que não podemos carregar.
Então, se você sente que está preso sob um peso muito grande—se você tem carregado vergonha, culpa, medo ou fracasso—Jesus está dizendo agora mesmo: “Venha a mim.”
Ele não disse: “Se conserte primeiro.”
Ele não disse: “Seja perfeito antes de vir.”
Venha com sua dor.
Venha com seu cansaço.
Venha com suas dúvidas.
Venha com aquilo que você acha que te desqualifica.
Porque Ele não está pedindo para você carregar isso sozinho. Ele está oferecendo o jugo d’Ele, a maneira d’Ele, a graça d’Ele.
Jesus te chama para uma troca divina:
Ele está presente na sua dor. Ele enviou a Palavra d’Ele para te curar.Ele enviou o Espírito d’Ele para nunca te deixar.
Venha até Ele. Seu descanso está esperando.
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